sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Portugal na linha da frente


Hoje o parlamento do país em que vivo tomou um passo histórico!  Somos um país moderno e de vanguarda que permite indivíduos do mesmo sexo contraírem matrimónio, ao mesmo tempo que impede esses mesmos indivíduos de adoptar de crianças, não virão elas a sentir amor pelos mesmos.

O debate foi longo, dificultado em parte pelos indivíduos em questão serem da natureza diabólica já conhecida,  pelo carácter não económico dessa medida apresentada no concelho nacional de contas, a que chamam parlamento e também pelos partidos de direita que se lembraram ser democráticos enquanto esqueceram do carácter representativo dessa mesma democracia que compõem.


é um grande dia, até porque tenho Hegel e Feuerbach pela frente

o "canteiro à beira mar plantado" é agora menos homofóbico (?)


9 comentários:

  1. verdade! uma coisa que já devia ter sido desde o século passado, foi preciso entrar no presente século e na sua primeira década, para que se devolva a igualdade à muito prometida...

    Bem quem espera sempre alcança, e que agora que se deixe este país de fazer chacota de quem é diferente, seja em qualquer aspecto

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  2. É lamentável que continuemos a ser confrontados com posições que defendem que prioritárias às questões sociais são as económicas, como sendo esta um fim e não um meio. A verdade é que esta lei não permite aos gays juntarem-se, valida sim, um relacionamento já existente, na minha perspectiva não aprovar a lei, é negar uma realidade social importante.

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  3. Na minha perspectiva a esquerda aprovar uma lei discriminatoria é sinal q algo vai podre no sistema politico.

    Tiago Braga,
    cidadao de 2ª
    activista lgbt

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  4. eu diria mais senhor tiago, não só vai podre como recua podre também, não sei até que ponto acrescentar clausulas discriminatorias na lei em troca de direitos é avançar, é de facto bastante contraditório, e a meu ver inconstitucional, eu também sou um cidadão de segunda, e agora ganhei um rótulo que antes não tinha.. é um disparate

    no entanto não podemos dizer que a direita tenha ganho, perdeu e muito, afinal os homossexuais invadiram a sua adorada instituição, é um rombo, uma entrada à força, mas já sao a favor das unioes de facto entre homossexuais, será uma questão de se habituarem, não sei se o meu tom irónico foi suficientemente explícito caro leitor, mas eu esclareço-o, portugal é um país moderno na linha da frente, é o unico que permite a esses cidadãos entrarem nos autocarros mas pinta-os e coloca-os no fundo.. não vejo o queq possa mudar em termos lógicos, em termos práticos já não andam a pé

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  5. A realidade pintar-se-ia de cores bem mais alegres se as mentalidades deste nosso Portugal não fossem tão pequeninas e retrógradas... Já lá vão uns bons anos desde o fim da época das trevas (Estado Novo Português) mas o órgão que permite o cidadão português, em geral, reflectir apresenta ainda uma elevada carência de noções básicas de cidadania, ética, entre outras...
    Mesmo que a adopção por parte de casais homossexuais fosse legalizada haveria inúmeros factores que poriam em causa o bom funcionamento da relação entre pais e filho (a).
    Para começar, logo nas escolas os colegas seriam os primeiros a pontar o dedo e a discriminar a criança adoptada por um casal homossexual. Assim, a criança cresceria num mundo de rejeição e discriminação que a colocaria desde logo à margem das outras crianças. Esta sentir-se-ia infeliz e deprimida devido à discriminação por parte dos outros. Mas o mal não está certamente nessas crianças que apontam o dedo, o cerne do problema encontra-se em casa, no meio familiar onde os pais lhes incutem certos valores e ideias que muitas vezes não correspondem àquilo que seria considerado adequado e legítimo em sociedade. Mas como haveremos nós de mudar estas mentalidades ocas para que as crianças adoptadas por casais homossexuais, e até mesmo os próprios casais homossexuais, não continuem a ser alvo de discriminação por parte da população que os rotula e os coloca a todos num saco à parte dos restantes cidadãos? É necessário continuar a lutar por aquilo ao qual temos direito, não podemos continuar sentados a um canto enquanto nós rejeitam e nos difamam sem sequer nos conhecerem e saberem aquilo que realmente somos!!!
    J.W.

    «Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.»

    Se o cidadão português fosse realmente digno desse nome teria certamente em conta o 1.º artigo dos D.H. antes de apontar o dedo e discriminar alguém que afinal de contas lhe é igual.

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  6. J.W. discordo em parte com isso da marginalização, os estudos e exemplos que me falaram acerca do assunto demosntram exactamente o contrario, a criança não é marginalizada pelos colegas, ajuda mesmo a que a mentalidade dos próprios pais dos colegas se abra, aconteceu o mesmo com os divórcios, todos achavam que ia ser uma vergonha e um trauma para as crianças, na verdade com a sua banalização acabou por não afectar nada, e na minha opinião, baseada nos estudos sociológicos e psicológicos, será certamente mais saudável para as crianças que haja uma vulgarização de filhos adoptados por homossexuais do que filhos que andam a passear de casa em casa, sob relações complicadas para estar com o pai e com a mãe.
    Mas apreciei o teu comentário no resto, estás a meu ver bastante acertado (:

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  7. o cidadão português é tão digno quanto outro cidadão qualquer. Talvez mande mais umas escarradelas para o chão que o outro mas isso aí... já é cultural...

    Acho é que o "bulling" nas escolas não deve ser impeditivo dos avanços civilizacionais que achamos correcto dar.

    De lamentar também o facto do PS não ter cumprido o seu programa ao impôr uma nova discriminação na lei. Mas também, já estamos habituados...

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  8. desculpa, de lamentar é preferirem comentar este tópico de casamento homossexual ao meu post sobre a soundtrack dum filme com peluches -.-'

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  9. Bem dito Pedro. Se este cantinho é agora menos homofóbico não sei. O que sei é que agora a lei está menos homofobica (mas ainda o é - adopção!) e que as leis são, ao fim e ao cabo, pedagógicas. A homofobia...essa vai continuar certamente, mas, pelo menos, vamos ser (ou não) todos casados, sem distinção! Menos homofóbico? Não sei. Mas mais justo certamente...e continuamos a lutar, obviamente. Casamento hoje, adopção amanhã... Cumps

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