domingo, 21 de novembro de 2010

o verdadeiro perigo

dei por mim a pensar sobre quais seriam os grandes problemas da vila onde vivo..

fácil, pensariam! mas a realidade é mais complexa, mais oculta, muito obscura
por entre o senso comum, a falta de bom senso e os desejos oníricos julgo ter descoberto o que faz do meu pátio um lugar terrível, frio, cinzento, lamaçento e silencioso
Não é o Inverno ou coisa parecida, são os casais com filhos, é o instinto animalesco de protecção que come a pouca vida que o espaço liberta, absorvem-na, dissecam-na e eu vejo.
os afectos destroem a ordem, a natureza e a universalidade

é por isso que não sei se desgosto deles

sábado, 14 de agosto de 2010

sinto-me um outsider

por várias vezes sou sujeito a tentativas de definição tanto minhas como de outras pessoas, em relação à minha individualidade
poderia dizer-se que sou gay por uma atracção que detenho, a atracção por homens.
Para muitos a minha individualidade estava já definida, afinal "nós" somos um grupo homogéneo..
quando confrontados com o meu vegetarianismo, muitos consideram que é um argumento corroborador da definição em questão, mas quando falo em ficção científica as sinápses começam a sobreaquecer, adiciono o software open-source e é mais fácil rotular-me como nerd, mas os nerds deviam gostar de computadores e ciência, e eu gostando de homens terei de ser necessariamente um geek virado. Que seja! Mas não tenho muita gente com quem me identifique, aliás, às vezes dou por mim com dificuldades de sociabilidade, o que põe em causa o meu estatuto de geek (nerd que socializa) acho que estou num limbo de personalidade, meio indefinível, meio incompatível, só me falta ouvir Sia e começar a colar mais em moda para passar a ser coisa alguma

segunda-feira, 12 de julho de 2010

suicídios e pseudo-moralidade

É fundamental para uma ponderada tomada decisão, que o seu exercício decorra em circunstâncias de plena liberdade de raciocínio, desprovida dos mais diversos preceitos de índole religiosa ou para-moral, pois só assim a virtude humana se revela naquilo que se reconhece como sendo o seu carácter ponderador e racional.

Remeto agora especificamente para o âmbito do suicídio, fenómeno de ferocidade reconhecida em todos os quadrantes da sociedade e para os quais, as mais perversas e conspurcadas bocas despejam ignomínias imundas, cobardes e ociosas. É de extraordinária importância compreender que tal fenómeno ocorre fruto do propósito e sucesso daqueles que convictos da razão dos seus pensamentos, descrevem com particular convicção e persuasão as fronteiras do certo e do errado tal verdade indubitável e de carácter universal. Deste modo, compreendemos que antes de mais, o escárnio encontra-se em jeito de benesse para os "legisladores morais" como meio de servir o seu propósito instrutivo com recurso a estes agentes pouco reflexivos e ainda menos compassivos, já que só estes seres desprovidos de cuidado em função do mal alheio seriam capazes de por seu turno, julgar e maldizer os propósitos que levariam a vítima a auto-suprimir-se antes desta o ter feito. Assim sendo, sujeita aos mesmos julgamentos, mas com os observados prejuízos para a pobre alma, ela esquiva-se da mesquinhez do social e das suas insinuações de uma forma eficaz. Este desejo de eficácia parece representar uma afirmação do suicidado em relação ao poder que este ainda detém sobre o decurso dos factos, desejo este que pode aprisionar mesmo o espírito mais férreo e vivaz sob fatais e propícias condições.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

cometi aquela asneira

Sinto necessidade de expressar os meus sentidos (exteriorizá-los verbalmente) despido de condicionantes racionais, não me recordo de o ter feito anteriormente , mas se o fiz, este é o presságio do seu não fracasso.
Estou perdido,, acho que é bom estar perdido, mas, sinto que estou perdido há já demasiado tempo e não sei de que forma possa ser como convém.., perdido, sem norte, com muitos nortes à volta, e à volta para cima, e para baixo, e pra dentro e para... e para dentro, e por dentro.
estarei eu perdido? oh claro que estou, tenho de estar! O mundo está perdido, está sem norte, e eu estou no mundo, por isso estou sem norte. mas.. tenho mais um bocadinho de menos perdidão que ele, talvez o possa ajudar, afinal sei um bocadinho mais que o mundo todo
- e porque não puxá-lo para onde quero, para onde eu não conheço e usando-o como escudo e ficar mais enganadamente poderoso?
- e porque não atirá-lo para onde eu conheço? e que sei que é mau, ou pelo menos parece-me mau por fora.... e por dentro. também sei que me tornaria mau e dessa forma deixava de contrastar com a maldade que atravesso todos os dias a caminho de fora de mim, passaria a sentir-me bem, mas não seria bom, mas não seria nem bem nem bom, nem mudaria nada e apenas perpetuava tudo. E para manter as coisas más no planeta prefiro eu prefiro deitar a minha vida fora e ficar comigo e comer e cantar, e dormir e sonhar e amar comigo, tudo comigo e com quem mais se quiser juntar a ser eu e quem mais me quiser fazer seu adaptando-se primeiramente a mim, e quem mais quiser fazer parte dos que não fazem parte do mundo dos outros.
Depois posso ser mau para eles todos e não sentir prazer com isso, o mesmo prazer que o mal tem em manter-se mal. Assim sendo, sería melhor e podia ser ainda mais mau que mau e que o mal, e que o mal mau e que o mal-feito, sentindo-me mais mal com isso, o que seria melhor que sentir o bem que o mal sente, e aí, deixaria de ser bom, mas sentir-me-ía bom tornando-me mau dessa forma

segunda-feira, 10 de maio de 2010

é o meu mundo

no mundo dos contrários e dos armários eu tenho de me esconder e faço-o, não me sabendo de todo.. e apesar de saber que por mais que saiba, esse saber tem valor, e mesmo que não saiba tanto quanto os que sabem menos, sei ou imagino, que sei, que se souber mais, esse saber terá ainda mais valor que saber apenas muito e o bastante, e um pouco menos que quase tudo, e ainda assim menos que pouco, que saber pouco
ao contrário do contrário e ainda assim não de forma certa

sexta-feira, 2 de abril de 2010

grande descoberta


na tentativa de tornar este blog mais generalista, ou pelo menos levemente mais geek, começo por apresentar uma nova aplicação que revolucionou pelo menos o sentimento que nutro pelo meu computador, chama-se Google Desktop e bem, é fantástico!
Não sei até que ponto os leitores estão sincronizados com as várias aplicações que a Google disponibiliza, mas a grande revolução é a possibilidade que esta aplicação tem de transportá-las para o meu ambiente de trabalho.
Eu já ouvi falar da aplicação, conheci-a como uma ferramenta de pesquisa no ambiente de trabalho, mas com o serviço integrado da microsoft não me suscitou interesse, erro! penso que sempre foi mais do que uma ferramenta de pesquisa, e quando há uns dias a tentei instalar fiquei parvo, a ferramenta de pesquisa mantêm-se, é rápida, muito rápida, é como ter o google a fazer as "searches" no nosso próprio computador (que é exactamente o que isto faz), no entanto tem um potencial de expansão brutal, o google calendar está sincronizado e vejo-o diariamente sendo possível editar os compromissos, tenho um bloco de rascunhos, um indexador dos emails do gmail novamente com pesquisa instantânea, um ecrã de notícias e até recentemente um plug-in que este me sugeriu, e sincroniza o facebook.

melhor, podemos optar por encolher o nosso ecrã do ambiente de trabalho, de forma a dar espaço à barra com as aplicações que podem ser vistas a todo o momento.
experimentem

domingo, 28 de março de 2010

o Porquê de Feminismo

Feminismo por oposição ao machismo, por reivindicar a igualdade de género ao invés da desigualdade, porque um F faz pensar, em vez do M que conforma, porque as mulheres merecem ver reconhecido a constante abreviação do seu papel na História, por não terem tido direitos, por não poderem existir.
Porque é que repudio o cavalheirismo? porque transporta para o sexo masculino o carácter de cavalheiro, lhe atribui esse papel, estatuto, essa qualidade.. e o sexo feminino tratado como mero intermediário de posse neste sistema linear, o alvo do cavalheirismo do homem; porque cavalheirismo é um termo antigo, referente a um conceito ainda mais antigo.
Todas as mulheres e homens deveriam ser "cavalheiros" por demonstrarem atenção perante outras mulheres e homens, e apenas isso, porque troco a palavra por Humanismo e porque, sou Humano

sábado, 13 de março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

e se...

tudo aquilo para que lutei durante anos é posto em causa num momento de medíocre racionalidade e atirado pela janela?
se me auto-discrimino e escondo aquilo que sou na realidade por um temor pouco racional?
e se depois de percorrer toda a maratona volto novamente para o ponto do qual parti? para o armário..

bem, foi assim que me senti naquele estúpido dia em que questionam a minha intimidade e o Pedro em vez de racionalmente dar um pontapé no conservadorismo, escondeu uma realidade e compactuou com a perpetuação de um preconceito, no momento seguinte senti-me valer menos que nada, e apesar de gestualmente fazer tudo para dar a entender, não fui capaz de dizer: "olha por alguma estúpida razão menti a respeito daquele assunto"

agora penso já estar explícito mas, faltei à verdade para comigo mesmo e tenho mágoa disso mesmo

terça-feira, 2 de março de 2010

depois do que não aconteceu sinto-me tristemente esclarecido

E assim me perco
na intemporal idade com que este embalo me ilude o desfasamento entre a ilusão e a dimensão vivencial desvanece-se, enfraquece até que me permite ver, sim, aqueles critério, aqueles critérios que aspirava poder comprovar num outro ser humano mostram-se agora por mim validados, sentido o viéz que este corpo induz na minha trajectória sensitiva, qual rede gravítica que se apodera de um desconhecido cometa e nele faz incidir a sua força, o calor do seu âmago, animando-o ao êxtase e soltando-o seguido ao efémero encanto, pelas trevas mortas e frias, pobres no abraço que aquele melancolicamente anseia

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

crónica de um jovem ainda demasiado jovem

ontem fui incapaz de me auto-disciplinar, deixei leitura consecutivamente para o fim o dia, e tendo ele chegado estendeu-se noite dentro, não comi, não dormi, não me levantei, hoje sinto-me fraco, com tonturas e enjoos, como grão com arroz enquanto a cabeça lateja, possa, como isto é incapacitante.. agora tenho o meu organismo a lembrar-me constantemente de que tenho de cuidar de mim mesmo, que ele é a prioridade e que é nele que tenho de concentrar a minha atenção, mesmo quando me preparava para comer a 3a taça de cereais em lugar de uma refeição.
olha mas que puto este que nem dele próprio sabe tomar conta! devia ser a questão mais eminente face a este retrato, mas a realidade é mais complexa, e mesmo assim não invalida o comentário, fosse para que propósito for, houve de facto uma ruptura coma satisfação das necessidades básicas, há que prestar atenção aos sinais, descontrair e concentrar-mo-nos nos sinais que o corpo nos dá, nas chamadas de atenção, cuidadosamente percebemos o que ele nos pede e desta forma lidamos com ele, com harmonia. Mas que belo corpo que tenho, serve-me tão avidamente mesmo sujeito a barbaridades de uma relação quase subserviente. Percebi o seu apelo, mas conscientemente clamo pelo início das aulas, em que tenho comida servida na cantina com regularidade, horários de sono agendados, ritmo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

frases lógicas sem técnica

“Acho que vírus de computador devem contar como vida. Creio que dizem algo sobre a natureza humana que a única forma de vida que criamos até agora é puramente destrutiva. Nós criamos vida à nossa própria imagem.”

Stephen Hawking, físico teórico.


“O problema não é se as máquinas pensam, mas se os homens fazem.”

B.F. Skinner, autor e psicólogo, no livro Contingencies of Reinforcement, de 1969.


“O verdadeiro perigo não é que computadores começarão a pensar como homens, mas que homens começarão a pensar como computadores.” 

Sydney J. Harris, jornalista e escritor estadunidense.


“Computadores são inúteis. Eles só podem dar respostas.”

Pablo Picasso, pintor espanhol.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

o meu exame! parte15

isto merece um post


pois é hoje ouvi o despertador acordei e fiquei assim deitado

só me lembro de acordar novamente já tinha o meu comboio passado, e assim faltei ao meu exame, estou no quentinho sentado na sala e o izzy veio logo fazer.me festinhas (ou eu nele?)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Portugal na linha da frente


Hoje o parlamento do país em que vivo tomou um passo histórico!  Somos um país moderno e de vanguarda que permite indivíduos do mesmo sexo contraírem matrimónio, ao mesmo tempo que impede esses mesmos indivíduos de adoptar de crianças, não virão elas a sentir amor pelos mesmos.

O debate foi longo, dificultado em parte pelos indivíduos em questão serem da natureza diabólica já conhecida,  pelo carácter não económico dessa medida apresentada no concelho nacional de contas, a que chamam parlamento e também pelos partidos de direita que se lembraram ser democráticos enquanto esqueceram do carácter representativo dessa mesma democracia que compõem.


é um grande dia, até porque tenho Hegel e Feuerbach pela frente

o "canteiro à beira mar plantado" é agora menos homofóbico (?)


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

activismo LGBT

pedro vai à júlia from Pedro Varela on Vimeo.

Eu não devia dizer estas coisas quer dizer.. eu digo, eu não creio que haja sentido de "dever" nos blogs nem regras de conduta mais correctas ou não na expressão escrita, vou ao que interessa, não sei como dizer isto e não parecer modesto quer dizer, ao dizê-lo tou a mostrar que não sou, bem, tou confuso, o que sei é que já muitas pessoas depois de me conhecerem dizem-me que sou uma jóia de rapaz, um rapaz de ouro, uma pessoa fantástica e é isso mesmo que me faz sentir bem, é conseguir receber um feedback das pessoas que se relacionam comigo, coincidente com o exemplo que pretendo mostrar, é tão reconfortante ouvir alguém dizer que nó somos exactamente aquilo que queremos ser, boas pessoas e no fundo, todo o meu coração aquece, rejubila, os olhos iluminam-se e eu posso descansar porque estou num bom caminho, estou feliz comigo mesmo e não quero de modo algum dizer que sou "o maior" queria apenas partilhar este estado de espírito.

ora aqui está uma obra de valor imensuravel