tudo aquilo para que lutei durante anos é posto em causa num momento de medíocre racionalidade e atirado pela janela?
se me auto-discrimino e escondo aquilo que sou na realidade por um temor pouco racional?
e se depois de percorrer toda a maratona volto novamente para o ponto do qual parti? para o armário..
bem, foi assim que me senti naquele estúpido dia em que questionam a minha intimidade e o Pedro em vez de racionalmente dar um pontapé no conservadorismo, escondeu uma realidade e compactuou com a perpetuação de um preconceito, no momento seguinte senti-me valer menos que nada, e apesar de gestualmente fazer tudo para dar a entender, não fui capaz de dizer: "olha por alguma estúpida razão menti a respeito daquele assunto"
agora penso já estar explícito mas, faltei à verdade para comigo mesmo e tenho mágoa disso mesmo
quinta-feira, 4 de março de 2010
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É perfeitamente normal e humano termos hesitações. Sejam elas em que momento, idade ou circunstâncias forem. Até porque o medo ajuda à sobrevivência. Biologicamente, é para isso que ele serve.
ResponderEliminarAbraço.
Nunca, em momento algum, se deve esconder a nossa identidade; mesmo que essa identidade seja fruto de polémica, divisas ou pressuponha indecisões. E aí é que está o processo revolucionário: a afronta. Afronta? Sim. Ela é necessária, para mudar as estruturas em que funcionam o dispositivo da sexualidade (neste caso) e cortam com a lógica de continuidade (auto/hetero)repressiva a que a (homo)sexualidade esta sujeita.
ResponderEliminaros dois comentarios sao tão dispares XD
ResponderEliminarestou arrependido mas na altura devo ter visto alguma lógica XD
Não temos que andar com uma placa a dizer que somos sinceros, cínicos, boas ou más pessoas. Dessa mesma forma não tens que assumir nada a ninguém, só a ti, as pessoas, com a convivência, descobrem-nos tal e qual como somos e vão nos aceitar sendo parvos, loucos, e tudo o que somos ,)
ResponderEliminarPermita-me discordar do Jonas. É um falácia dizer que ninguém precisa de andar com uma placa a dizer "sou gay". Parece-nos óbvio que a orientação sexual é irrelevante para uma série de coisas (arranjar emprego, Q.I., etc), parece-nos óbvio que temos todo o direito a ter a nossa privacidade e intimidade. Acontece que não existe uma coisa exclusivamente privada. O proprio sistema de sexo/género é, á partida, heteronormativo (homem = masculino; mulher = feminina; = heterossexual), ora, ninguém precisa de saber que es heterossexual tambem. Imagina que queres beijar o teu namorado no meio da rua (tal como os heterossexuais), tb dirias cinicamente que ninguém tem que andar com um letreiro? Entao diz isso aos heteros tb!
ResponderEliminarLer o meu poste sff: http://natchobox.blogspot.com/2009/06/ninguem-precisa-de-saber-tua-orientacao.html
eu nao tenho é d esconder quando m perguntem ..
ResponderEliminarChamamos a isso quebrar o preconceito. Em Lisboa, na baixa, no Chiado é já frequente ver-se homossexuais assumidos. Temos que ter em conta o local e o tempo. Eu, sendo homo ou hetero, não gosto de beijar o meu par em publico e de fazer altas manifestações de afecto, prefiro reserva-las para dentro de casa ;)
ResponderEliminarJoão é o Jonas
ResponderEliminarmas isso é tue! ora, nem todos são discretos (;
ResponderEliminarNa minha perspectiva, não tens que dizer se és gay ou não, simplesmente porque ninguém tem que perguntar se és ou não; ninguém pergunta a um heterossexual se é heterossexual ou não porque ele não tem nada que dizer se é ou não.
ResponderEliminarQuando me perguntam algo do género respondo que eu faço o que eu quero, na forma que quiser, com quem quiser e as vezes que quiser sem que os outros tenham que o saber. E diz à outra pessoa para fazer o mesmo :)
No entanto o processo de afronta, como o Natcho Popcorn disse, pode se virar contra nós e não é assim tão fácil. Tem que haver SEMPRE alguma dose de bom senso: saber estar onde se está.
Pensa que... 'ocultaste' e não que te auto-discriminaste face à pessoa ao contexto e circunstância em que a pergunta surgiu.
Gostei do teu blog. Very Best Hug
a meu ver o estado actual da sociedade exige medidas revolucionárias que a catapultem para um estágio mais avançado, só quando as pessoas se deixarem de por principio considerar heteros, é que essa assunção perde relevo, na medida em que só terá a ver com o foro íntimo, enquando isso não acontece faço parte de uma minoria silenciada e que não pode ser complacente com o silência que a aprisiona!
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